Feridas persistentes na língua são mais do que um desconforto passageiro. Elas podem sinalizar condições subjacentes que vão desde problemas simples, como traumas ou irritações temporárias, até doenças mais graves que exigem atenção médica imediata.
Normalmente, pequenos ferimentos na língua cicatrizam em poucos dias. No entanto, quando essas lesões não desaparecem ou pioram com o tempo, podem indicar infecções, reações a medicamentos, deficiências nutricionais ou até mesmo doenças graves, como o câncer de língua.
Reconhecer os sinais precoces e entender as possíveis causas é essencial para buscar o tratamento correto e prevenir complicações.
Neste artigo, vamos falar sobre as razões mais comuns para feridas na língua, ajudando você a reconhecer sinais de alerta e entender quando buscar ajuda profissional.
A língua é uma região sensível, frequentemente exposta a irritações e infecções. Quando feridas na língua não cicatrizam, é importante investigar suas causas.
Traumas na língua são uma das causas mais comuns de feridas. Acidentes como morder a língua durante uma refeição ou falar, consumir alimentos muito quentes ou usar aparelhos dentários podem provocar lesões. Geralmente, esses ferimentos cicatrizam em poucos dias sem a necessidade de tratamento específico.
No entanto, quando as lesões são frequentes, profundas ou demoram a cicatrizar, é importante buscar avaliação médica. Esses traumas podem se agravar, favorecendo infecções ou indicando outros problemas, como alinhamento inadequado dos dentes ou ajuste insuficiente dos aparelhos.
A candidíase oral, também chamada de sapinho, é causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida albicans na boca. Essa condição pode surgir devido à imunidade enfraquecida, uso de medicamentos como antibióticos ou corticosteroides, e doenças como diabetes.
Os sintomas incluem lesões brancas ou avermelhadas na língua, dor, queimação e, em casos mais graves, dificuldade para engolir. O tratamento envolve o uso de antifúngicos prescritos por um médico e ajustes nos hábitos de higiene bucal.
Embora o vírus do herpes simples (HSV) seja mais comum nos lábios, ele também pode afetar a língua, causando feridas dolorosas. Essas lesões aparecem em surtos, frequentemente desencadeados por estresse, febre ou imunidade baixa.
Os sintomas incluem bolhas dolorosas que podem evoluir para úlceras e sensação de ardência ou formigamento na área afetada. O tratamento envolve antivirais e cuidados para aliviar o desconforto.
As aftas, pequenas úlceras dolorosas, podem surgir na língua por diversos motivos, como estresse, traumas locais, alergias alimentares ou deficiências de vitaminas como B12 e ferro.
Embora benignas, as aftas podem ser extremamente desconfortáveis, especialmente durante as refeições ou ao falar. Para alívio, recomenda-se evitar alimentos ácidos ou picantes e usar enxaguantes bucais prescritos por um dentista.
A xerostomia, ou boca seca, ocorre quando há produção insuficiente de saliva. Isso aumenta o atrito na língua e dificulta a cicatrização de pequenos ferimentos, tornando-a mais suscetível a infecções.
Condições como uso de medicamentos, síndrome de Sjögren e desidratação podem estar associadas à xerostomia. O tratamento inclui aumentar a ingestão de líquidos, usar substitutos salivares e corrigir a causa subjacente.
A varíola dos macacos, uma doença viral, pode causar lesões dolorosas em várias partes do corpo, incluindo a língua. Essas feridas geralmente estão acompanhadas de febre, linfonodos inchados e outros sintomas gripais.
Embora menos comum, é importante monitorar essas lesões, especialmente em surtos. O tratamento inclui cuidados de suporte, como alívio dos sintomas e isolamento para evitar a disseminação do vírus.
Comum em crianças, a síndrome mão-pé-boca é causada por um vírus que provoca feridas na língua, gengivas, mãos e pés. É altamente contagiosa e geralmente acompanhada de febre e irritabilidade.
A condição é autolimitada, resolvendo-se em poucos dias. O tratamento envolve controle da dor e febre, além de boa hidratação para evitar complicações.
O vírus do papiloma humano (HPV) pode causar lesões verrugosas na língua que, em alguns casos, evoluem para feridas persistentes. Essas lesões devem ser avaliadas, pois podem estar associadas a cânceres orais.
A prevenção inclui a vacinação contra o HPV e a manutenção de bons hábitos de higiene bucal. Quando detectadas, as lesões podem ser tratadas com remoção cirúrgica ou outras intervenções.
Embora raro, o câncer de língua é uma das causas mais graves de feridas persistentes. Ele se caracteriza por lesões que não cicatrizam, frequentemente acompanhadas de dor, inchaço, sangramentos e dificuldade para engolir ou falar.
Fatores de risco incluem tabagismo, consumo excessivo de álcool e infecção pelo HPV. O diagnóstico precoce é essencial e pode ser realizado por meio de biópsias e exames de imagem. O tratamento geralmente inclui cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo do estágio da doença.
Feridas persistentes na língua podem ser causadas por fatores simples, como traumas, ou condições mais complexas, como infecções ou câncer. O acompanhamento médico é crucial para identificar a causa e iniciar o tratamento adequado.
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